De acordo com as informações do Instituto Mato-Grossense de Agropecuária (IMEA), o aumento se deve à alta demanda de outros países, além da China, como os Emirados Árabes Unidos e os Estados Unidos, que estão comprando muito mais carne. Para se ter uma ideia, em 2024, o que os Emirados Árabes importaram foi 2,2 vezes maior do que em 2023, e os Estados Unidos aumentaram suas compras em 1,5 vez. Os números devem ser ampliados com a iminente abertura do mercado japonês.
“É um tema que a gente persegue há muitos anos, temos um avanço previsto a partir dessa viagem em que eles devem anunciar a visita de pessoas experientes que possam visitar o Brasil e conhecer o arranjo produtivo brasileiro, as plantas frigoríficas”, disse Fávaro, em Tóquio, ao programa CNN Money, nesta segunda-feira (24).
“Estamos na iminência de receber da OMSA o certificado do país todo livre de aftosa sem vacinação, uma exigência do Japão. Além da visita [dos técnicos], vamos dar o passo principal para que o Brasil possa abrir esse mercado para carne bovina”, completou.
O Japão importa cerca de 700 mil toneladas de carne bovina por ano, principalmente dos Estados Unidos e Austrália. O Brasil quer abocanhar uma fatia desse mercado. Paralelamente às agendas da comitiva oficial, um grupo de empresários brasileiro está em Tóquio para reuniões com importadores.
Gripe aviária
Fávaro também confirmou a expectativa de assinar a revisão do protocolo sanitário com o Japão para a regionalização do país em um eventual caso de gripe aviária. O Brasil é um dos poucos países que nunca registrou episódios da doença em plantel comercial.
Pelo entendimento atual firmado com os japoneses, porém, caso isso ocorra, haverá embargo para as exportações de todo o país. No acordo que será assinado, essa restrição passará a ser apenas para o município onde o caso eventualmente acontecer.
“É um assunto muito importante que interessa aos dois lados, pois não está livre de acontecer (…) Já que o Brasil é um grande fornecedor de frango par ao mundo e para o Japão, caso venha a acontecer um caso de gripe aviária, não fecha [as exportações] o Brasil todo”, pontuou.